A indústria automotiva está promovendo uma verdadeira revolução nos novos projetos de automóveis movidos a energia limpa. O principal motivo é a preocupação cada vez maior da sociedade com os efeitos da emissão de gases poluentes no meio ambiente. E, neste sentido, os carros elétricos são a nova onda da mobilidade.
Os motores a combustão se transformaram em vilões, levando muitos
países a adotarem medidas para limitar sua produção e circulação. A partir de
2030, diversos países europeus já restringirão esse tipo de veículo, até sua
total proibição.
Diante dessa perspectiva, as montadoras já empreenderam uma
corrida frenética pela produção de carros elétricos, antes que sejam extintas
do mercado. Esses veículos já estão entre nós, com modelos cada dia mais
variados, apesar de seu custo elevado e suas redes de recarga ainda limitadas.
Mas, o que esperar para os próximos anos, modelos mais
acessíveis, soluções para autonomia? Vejamos um pouco mais de detalhes para
ajudar a vislumbrar os veículos que ainda teremos, talvez, mais cedo do que
imaginamos. Acompanhe o artigo e saiba mais!
Como funciona um carro elétrico?
Esses
automóveis movidos a energia limpa funcionam por meio de corrente elétrica. E
isso depende de quatro componentes básicos: bateria, inversor,
motor de indução e um sistema de recuperação de energia.
Sua bateria é recarregável e armazena energia elétrica para o
funcionamento do veículo. Já, o inversor, tem a função de converter a corrente
elétrica alternada do carregador em corrente contínua para ser conduzida até as
baterias. Assim, a eletricidade aciona os mecanismos do motor, que faz o carro
se locomover.
Sem o motor de combustão, o automóvel elétrico não emite ruídos
indesejáveis, nem gera poluentes. Além disso, a eletricidade permite o melhor
aproveitamento da energia do sistema, já que o mecanismo do motor sofre menos
atritos. Com isso, a aceleração do veículo se torna mais leve, facilitando sua
condução.
Assim sendo, o sistema de recuperação de energia se mostra como
uma vantagem econômica adicional. Em um carro convencional, durante a frenagem,
a energia do sistema sofre desperdício em forma de calor. Nos veículos
elétricos, essa mesma energia retorna para a bateria em forma de eletricidade.
Situação do mercado atual
As vendas de veículos elétricos cresceram 140% no primeiro trimestre
deste ano: foram 1,1 milhão de unidades vendidas, de acordo com a Agência
Internacional de Energia (IEA).
Esse bom desempenho se deve, principalmente, a China, Europa e Estados Unidos, três dos principais mercados deste segmento. Só que o Brasil também teve aumento na eletrificação da frota em 2021.
Se o ritmo estava abaixo do ano passado durante os três primeiros meses – foram 4.582 unidades até março, o que representa queda de 11,7% –, abril ganhou fôlego e garantiu o melhor quadrimestre da história no nosso mercado. Sendo assim, até o último mês, foram vendidos 7.290 veículos eletrificados (elétricos e híbridos), com aumento de 29,4% comparado ao ano passado.
De acordo com a IEA, o crescimento em outros países foi impulsionado por normas de emissões de CO² mais rígidas e também por subsídios dos governos. Mas a entidade criticou a falta de apoio público em incentivo à tecnologia, expansão de estações de recarga e desencorajar a venda de veículos movidos a combustão. E também foram cobradas metas ambientais mais exigentes.
Foram gastos 120 bilhões de dólares na compra de veículos elétricos, em todo o mundo, em 2020. Para isso, os governos desembolsaram cerca de 13 bilhões de dólares em incentivos, o que representa mais de 10% do valor total. Segundo o diretor executivo da Bright Consulting, a participação pode ser ainda dependendo do mercado – chega a 25% em China e Europa.
Nas projeções divulgadas pela IAE, o mercado de veículos leves eletrificados deverá chegar a 22 milhões de unidades em 2030. Por aqui, o número deverá ser mais contido: 180 mil unidades, indicou a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), do Ministério das Minas e Energia (MME). Ou seja, cinco vezes mais o que foi previsto pela Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE) para 2021.
“Os governos devem agora estar fazendo o trabalho básico essencial para
acelerar a adoção de veículos elétricos, usando pacotes de recuperação
econômica para investir em baterias e no desenvolvimento de uma infraestrutura
de recarga ampla e confiável”, disse o diretor executivo da IEA, em nota. De
acordo com o órgão, a frota total pode chegar a 230 milhões com incentivos.
No Brasil, os veículos elétricos movidos a bateria ou célula de
combustível de hidrogênio são isentos de imposto de importação e têm alíquota
do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) entre 7% e 20% – variando de
acordo com nível de eficiência energética e peso. E há até um Projeto de Lei
(PL 3174/20) que propõe a isenção de PIS/Pasep e da Cofins sobre modelos da
categoria.
Só que o estado de São Paulo, maior consumidor do
segmento no país, aumentou a alíquota do Imposto sobre Propriedades de Veículos
Automotores (IPVA) para modelos eletrificados neste ano. Sendo assim, a tarifa
passou de 3% para 4% nos veículos comprados a partir de 15 de janeiro. Para
piorar, a ABVE diz que há dificuldades em fazer valer a isenção da tarifa já
aprovada na capital.
Esse caminho inevitável se deve muito às vantagens oferecidas
pelos carros elétricos, entre elas, o custo. A energia elétrica, por quilômetro
rodado, é um terço mais barata que os demais tipos de combustíveis. Além disso,
reduz, significativamente, o impacto ambiental, com a emissão quase zero de
poluentes.
Quais os tipos de carros elétricos disponíveis?
Os veículos elétricos já oferecem uma gama de variedades,
dependendo da necessidade e disponibilidade do usuário. No entanto, seu maior
diferencial é a possibilidade de carregar o combustível (energia elétrica) em
uma fonte externa, ou seja, uma tomada (plugue). Isso os distingue dos motores
elétricos híbridos, que complementam o motor a combustão com a energia da
bateria. No entanto, não podem fazer a carga por meio de uma tomada.
São três, portanto, os tipos básicos de carros elétricos: os
totalmente elétricos, os híbridos e os híbridos plugin. Na classificação
“totalmente elétrico” podemos encontrar os que são movidos a bateria (BEV) e os
elétricos movidos a célula de combustível (FCEV). Eles são carregados pela
energia da rede e, também, podem carregar parte da bateria por meio dos freios
regenerativos. Esses freios reaproveitam parte da energia perdida na frenagem
do carro.
A seguir, uma ilustração demonstrativa dos tipos de carros elétricos:
Quais modelos de carros elétricos já estão disponíveis no Brasil e
quanto custam?
O Brasil é a terra do etanol, o que fez a onda elétrica atrasar
em uma década. Agora, o tempo perdido faz com que as empresas se apressem para
lançarem seus modelos nesse nicho. Em 2019, foram lançados 4 modelos abaixo de
R$ 200 mil: Nissan Leaf, Renault Zoe, Chevrolet Bolt e Jac iEV40.
Além desses, no segmento de luxo, podemos encontrar o BMW,
disponíveis entre R$ 206 mil e R$ 238 mil e a Volvo com sua série XC que vai de
R$ 265.000,00 a R$ 399.000,00. Além desses modelos, existe o Jaguar I-Pace, que
custa em torno de R$ 450 mil. Esses valores podem estarem diferentes atualmente.
Acima alguns modelos, mas a corrida do carro elétrico começou e já temos muitos modelos e isso será positivo!
Uma curiosidade - Uber: frota com 100% de carros elétricos até 2040
Recentemente, a Uber anunciou a meta ambiciosa de compor sua
frota elétrica em 100% até 2040, e seu intuito é reduzir emissões de carbono.
Para tanto, está investindo por volta de US$ 800 milhões, sendo parte desses
investimentos direcionados para a compra de veículos e descontos em recarga.
A empresa pretende injetar outra parte dos investimentos em
forma de bônus de US$ 1 por corrida a motoristas que optarem por veículos
elétricos. O programa ainda contempla a formação de parcerias com a General
Motors, Nissan, Renault e Mitsubishi, além de postos de recarga.
Ainda não há inclusão de países abaixo do Equador no programa,
tendo em vista a pouca presença de carros elétricos em circulação.
Por fim!
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